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As partículas/cristais de um fármaco podem variar em tamanho e no número de faces, desta forma podem assumir diferentes formatos, o que chamamos de hábito cristalino.  
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Geralmente não existem diferenças significativas na biodisponibilidade destes de diferentes hábitos cristalinos de um fármaco, porém esta característica pode influenciar alguns aspectos farmacotécnicos, como fluidez do pó, compressibilidade, seringabilidade, estabilidade em suspensão e na taxa de dissolução/solubilização.
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Vale ressaltar que o hábito cristalino é um parâmetro diferente de polimorfismo, hábitos cristalinos diferentes de um mesmo fármaco não significa necessariamente polimorfos diferentes. 
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O Hábito Cristalino está relacionado com a estrutura externa no cristal enquanto o polimorfismo refere-se a estrutura interna. (polimorfismo será assunto para os próximos artigos)
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O formato do cristal depende principalmente das condições da cristalização, como solvente utilizado, temperatura, concentração e presença de impurezas e taxas de crescimento do cristal.

Microscopia para determinar o hábito cristalino

A microscopia é a única técnica, atualmente disponível, de observação direta da morfologia, pois envolve a observação direta do material e assim determinar o hábito cristalino.⠀
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Três tipos de técnicas microscópicas podem ser utilizadas: microscopia ótica (MO), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia eletrônica de transmissão (MET).
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A MO é uma técnica que depende da luz para a captura da imagem das partículas que são bidimensionais e sua faixa de medição é mais restrita.
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De modo diferente, o MEV e o MET dependem da energia de elétrons emitidos, bem como o caminho deste feixe e, como resultado, fornecem imagens tridimensionais das partículas, sendo possível observar a topografia da superfície da amostra, além possibilitar análises com aumentos maiores, o que permite a avaliação de amostras com dimensões bastante reduzidas e com alta resolução.
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Com a observação direta das partículas pelas técnicas microscópicas, podemos também observar o tamanho destas partículas e assim determinar a distribuição granulométrica, por esta razão é frequentemente, utilizada como método padrão para validar resultados oriundos de outras técnicas de distribuição granulométrica indiretas, como, por exemplo, espalhamento de luz laser.
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Desta forma a determinação do Hábito cristalino pode ser uma importante ferramenta nos estudos de pré-formação, além de ser exigido para registro e pós registro de medicamentos.